CONVITE
Para Muuka
“Eu quero uma Augusta.Um milo.
Uma duas e mais cervejas.
Fotografias.
Quero sua amizade.
Quero uma noite de sexta, muito provável que esta.
O que me diz?
Me ligue por gentileza.”
Liguei e do outro lado uma brisa trazia sua voz com uma suave descrença.
Um jornal aberto de acontecimentos passados, tropeçado nos momentos, não sabendo bem por onde começar.
Era quinta, tinha receio de que a sexta já estivesse comprometida, mas ficou assim combinado, o encontro, o abraço amistoso.
O abraço sem querer largar, pra nunca mais deixar ir embora meu irmão caçula que amo muito.
A gente se afogou nos goles da bebida doce, fotografando os aniversariantes que não comemoravam naquela fila interminável madrugada afora.
Mais goles, estes um pouco amargo assim como álcool de ferida (eca)
Cerveza meu bem? Foi ela quem regou a música que não foi ouvida. Ou que fingimos não ouvir, mas ao entrar a brisa suave compartilhada com amigos e desconhecidos os risos brotavam do fundo da alma e vinham acompanhadas com gostosas lágrimas...
Dançar! É dançar a musica que não se ouve é melhor que dançar aquela que curtimos, não precisamos dançar certo, basta se jogar lá no meio e se sentir vivo.
Escorregar as mãos na parede, enquanto se ouve pessoas gritando frases confusas que não são entendidas por ninguém a não ser por quem as profere.
Fotografar, eternizar as imagens, sorrisos, momentos e palavras no tempo.
Olhar o céu, os prédios, a sincronia da fumaça que sobe junto às nuvens...
Maças avermelhadas dos rostos, sorrisos que enfeitam madrugada adentro.
E sair assim se sentido livre-livre no compartilhar de todas as coisas que tinhamos aquela noite: nós, apenas e só. Sem preocupações e ocupações, apenas sem lenço com documento.
Ainda quer uma Augusta?
Ana Mais do Que Nunca
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