CHAFE A TONCA
A noite estava fria, parecia que anos haviam se passado...o cansaço e a preocupação se definiam pelas unhas comidas, pelas olheiras de pesos nos ombros.
Silenciaram
Até que a impaciência tomasse de conta de alguns e estes se levantassem seguindo pra outros rumos. Aquelas batidas calavam o grito, o choro, a angústia.
- O que você quer pra sua vida?
Isso foi um baque, não sabia o que queria, mas sabia o que não queria..
Suava e estava prestes a derramar suas lágrimas, mas conseguiu contê-las.
Os passos em sincronia quase sem destino, como se fosse fuga, uma viagem. Sim, queria viajar, mas logo concluiu que tudo ficaria ali e poderia crescer como um bolo, pois a sua ausência seria fermento.
-Não, melhor não...
- Você só precisa de um empurrãozinho...
- Um empurrãozinho pra cair de vez no abismo?
- Ah! Eu sou mesmo um anjo!
- Ahan um anjo caída, seu Lúcifer!
O frio arrebentava as mágoas, traziam lembranças e a ternura era tão profunda que dava vontade de viver meses atrás só pra entrar na cachola alheia e consertar tudo que fazia doer.
- Incontinência lacrimal, já teve?
-Ahahaha! Tive hoje.
-Teve é?
-Você precisa de um ponto fixo.
-Ta, como você sabe qual é o ponto fixo? Por exemplo, este pedaço de asfalto tem vários pontos, mas se pensarmos que este é o ponto fixo e uma cratera como esta se abrir bem no meio?
(silêncio..)
-Estou triste, mas eu sei que sou feliz...
-Por quê? Ainda não sei... Você tem um ponto fixo?
(cri...cri...cri...)
-Tá bom, ta bom, você tem vários pontos...
E nas memórias ficaram as latas que desciam pelo corrimão, leite condensado que cobria a pipoca com queijo derretido daquela pizza ultima dos meses felizes que não voltam nunca mais... E daquele pedido que ninguém nunca entendeu ou entenderia: ÇONGAR, CHAFE A TONCA!?
Ana Mais do Que Nunca
Silenciaram
Até que a impaciência tomasse de conta de alguns e estes se levantassem seguindo pra outros rumos. Aquelas batidas calavam o grito, o choro, a angústia.
- O que você quer pra sua vida?
Isso foi um baque, não sabia o que queria, mas sabia o que não queria..
Suava e estava prestes a derramar suas lágrimas, mas conseguiu contê-las.
Os passos em sincronia quase sem destino, como se fosse fuga, uma viagem. Sim, queria viajar, mas logo concluiu que tudo ficaria ali e poderia crescer como um bolo, pois a sua ausência seria fermento.
-Não, melhor não...
- Você só precisa de um empurrãozinho...
- Um empurrãozinho pra cair de vez no abismo?
- Ah! Eu sou mesmo um anjo!
- Ahan um anjo caída, seu Lúcifer!
O frio arrebentava as mágoas, traziam lembranças e a ternura era tão profunda que dava vontade de viver meses atrás só pra entrar na cachola alheia e consertar tudo que fazia doer.
- Incontinência lacrimal, já teve?
-Ahahaha! Tive hoje.
-Teve é?
-Você precisa de um ponto fixo.
-Ta, como você sabe qual é o ponto fixo? Por exemplo, este pedaço de asfalto tem vários pontos, mas se pensarmos que este é o ponto fixo e uma cratera como esta se abrir bem no meio?
(silêncio..)
-Estou triste, mas eu sei que sou feliz...
-Por quê? Ainda não sei... Você tem um ponto fixo?
(cri...cri...cri...)
-Tá bom, ta bom, você tem vários pontos...
E nas memórias ficaram as latas que desciam pelo corrimão, leite condensado que cobria a pipoca com queijo derretido daquela pizza ultima dos meses felizes que não voltam nunca mais... E daquele pedido que ninguém nunca entendeu ou entenderia: ÇONGAR, CHAFE A TONCA!?
Ana Mais do Que Nunca
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Um Beijo