DECISÃO

Ele estava aflito, quase rasgando a carne, quebrando os ossos ou mesmo arrebentando a porta para sair. Estava descontente e ansioso, não tinha como ficar tranqüilo ou concentrado no que fazia, tinha uma vontade louca de gritar ao mundo sua angustia; até que teve um breve pensamento seguido de um sentimento, logo uma decisão. Deixou que tudo ao seu redor fosse tomado por aquele vasto espaço silencioso, onde só se ouvia suas batidas. Mas ao tomar sua decisão, ficou ainda mais inquieto, quando percebeu que nas primeiras tentativas não se concretizaram, fazia todo o resto do ambiente tremer. Temer o relativo. Mesmo assim persistiu até que conseguiu. Minutos após, tranqüilizou-se. somente um pouco de ansiedade, mas não como a ânsia passada que lhe pesava e desconcentrava. Esta, lhe fazia acreditar que ainda era vivo e conseguia resolver seus dilemas sozinho. Sentia um frio que crescia na boca do estomago, aquele frio de quando era criança e fazia as malas para viajar duas semanas antes, mal esperando o dia da coisa boa acontecer. Decidiu também que, não retribuiria o ato mesquinho com a mesma moeda, apenas o que precisava era recolocar tudinho no lugar, até mesmo aquilo que não tinha nome nem definição. Preferia não dar nomes, não definir, pois das muitas tentativas passadas, tinha caído e se machucado. Mas agora, seria diferente, falava consigo mesmo.

Ana + do Q Nunca.

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