ELA

 Poucos dias antes dela aparecer delineei escrivaninha: “O essencial se vê com o coração”. Mas, até então, os olhos possuem manchas engorduradas e coloridas, só foi observado a loucura, os gostos excêntricos, as bobagens e bizarrices.
Então ela não veio. “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”... Tudo. Mesmo que seja deixar algo muito importante para depois, só pra ter alguns momentos inesquecíveis vividos. E mesmo que tudo se desmanche numa tempestade em meio amontoado de pessoas que presenciaram dos lábios um simples tchau.
“Mas que seja doce”, que meu paladar não sinta o amargo da indiferença e que meus olhos sorriam “um sorriso pontual.”
Que as escolhas sejam as melhores, que o caminho seja coberto de flores, e que a partida não seja tão dolorosa quanto à decisão entendida.
Para que desta vez eu não me parta em “mil fragmentos” e mesmo depois de todos os vendavais, todas as tempestades o que fique “de mim em mim” seja a essência mais pura.
E ela; que não apareceu porque enxergou-me com outros olhos e que não achou graça em não compreender-me; tenha cada fração da vida vivida por inteiro, como num mergulho se envolve não só o corpo, mas também a alma.

Ana Mais do Que Nunca.

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