TEMPO

É, Realmente ninguém é perfeito, nem eu.
Sou mesmo cheia de defeitos e um deles é saber lidar com mágoas. Fico tempos... não remoendo, mas tentando me curar, não pensar, não desgostar das pessoas, tentando entender as razões pelas quais as pessoas agiram daquela maneira.
Não adianta me dizer: “Nossa! Mas como vc é complicada!”. Confesso que tentar me entender levaria um tempo bem maior. Mas me esforço pra pelo menos tentar lidar com esse fragmento em mim.
Demorei meses pra me libertar de algumas coisas que me incomodavam. Isso não significa que parei a minha vida, aliás, foi o espaço de tempo em que mais produzi coisas. Porém, fiquei em dívida comigo, porque é pra mim que devo todas as satisfações.
Às vezes a gente precisa se recolher pra escutar o silêncio. Isso faz parte do processo de cura: refletir todas as ações, pensar, sem arrependimentos o que poderia ser melhor e como...
Houve um período em que preferi a solidão, principalmente quando completei mais uma primavera, estava no meio desse processo de cura, de reflexão, de preces. Sem vontade de ver ninguém, de falar com ninguém. Um momento de introspecção e que respeitei...
Então, quando decidi voltar ao mundo, talvez até me relacionar, apesar de esse não ser o foco. O que desejava mesmo era abrir meu coração e dividir tudo aquilo que concluí durante esses meses de silêncio e solidão, o incrível é que toda a dor que adiei durante esse período, passou a doer depois que me desfiz das mágoas, depois que me libertei e libertei quem estava preso a mim.
Totalmente disposta, de coração aberto, dividi o amor que em mim ainda pulsava, mesmo sabendo que nenhuma opinião mudaria por conta da minha decisão de compartilhar o que se passava em meu interior.
Então, esgotei todas as possibilidades. O mais engraçado ou irônico é que o tempo é de todos e de cada um. Eu precisei de um tempo pra ficar sozinha e refletir sobre tudo que talvez outras pessoas não precisaram, mas somos mesmo diferentes e é isso que agrega coisas boas, aprendemos uns com os outros...
De repente, depois de tudo, me vi aqui dizendo “Aceita que dói menos”.

E aceitei de corpo e alma! 

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