Pesadelo
O tempo e o espaço são curtos, mas podia ouvir o ruído dos papeis sendo rasgados, os saltos encontrando o chão num ritmo
sincronizado, vozes quase rezando ao telefone...Importâncias que eram dadas a coisas pequenas e fúteis que chegavam quase a
matar de tanto incômodo, "quase" por que ainda era modesta...Uns conseguiam viver assim por anos sem se importarem, pra ela
um martírio...
Não conseguia conviver com idéia de que era uma simples figurante e que precisava fazer parte daquele cenário...Tudo tão
mecânico, sorrir sem querer e mentir que estava com febre pra ir embora ...Não! Se sintia inutil vivendo aquilo...Era como ver tudo
que você gosta sendo tratado de qualquer jeito, jogado no chão, na água...Gavetas quebradas, sem espaço, sem brilho, sem lugar para si...
Até a voz dava medo ouvir, não medo, certo receio que um dia, hora dessas descubrisse que você estava fazendo coisa errada,
mesmo sem essa coisa ser errada...Parecia pesadelo...Viagem sem volta que só crescia, crescia em sua volta e ia te deixando
maior de grande medo e explodia porque descobriam e você não queria mais, não queria mais ser cobrado, não queria mais
pesadelo que te deixava pesado ... pesado!
E por não querer, elas rolavam, brincavam, elas, as lágrimas sorriam em teu rosto porque tava tudo embaraçado, e não enxergava o
que e onde escrevia, tava tudo errado...Foi caro e se foi...Casou mas não amou...Nasceu e não viveu e porque tinha que ser assim?
Perguntava...
Não queria, não queria sentir dó e pedia pra que não sentisse, mas não tinha por onde, era grande ...Em tudo , exageros
medonhos...Pesadelo voltava e enolvia, não queria ...Sufocava, elas brincavam, mas não queria...
Pra quem pediria socorro se dizem que a resposta esta dentro , dentro da onde, se estava vazia, cheia de peso, pesadelo e a dó
que não queria ser sentida...
Parava...Olhava horas para o papelzinho, tão pequeno e tão caregado de palavras de letras que se misturavam e ja não sabia mais
ler...Pensava várias vezes andava esbarrando nelas que não paravam de sorrir: "Não quero mais!" ... "Não quero mais!" ..."Não
quero mais!" ...Unhas vermelhas quase descascando e pensava em voltar ao trabalho, o que dava grande vontade de ir pra lugar
nenhum conhecer ninguém e despejar em nada tudo que sentia...E saber de verdade o que se passava no interior daquela que
via levar uma vida que aos seus olhos era miseravel...será que sofre? Ou...Será que sabe que sofre? Ah como queria saber ou poder
ajudar...Mas não queria sentir as penas que tem os passaros que voam e que não tinham nada a ver com isso...
Queria de novo sumir, mas não deixá-las aqui, porque aqui seriam consumidas pelos vermes enganadores ...Jamais...Queria levá-
las, eram tão grandes, mas pensando assim, tão pequenas que cabiam em seu colo...
E porque eram assim? A questão que corroia pouco a pouco...Não tinha nem o direito de pensar em sumir daqui...Sem elas?
Como? Me diz, quero saber...o pesadelo voltava...
Ana,
Mais do Que Nunca!
sincronizado, vozes quase rezando ao telefone...Importâncias que eram dadas a coisas pequenas e fúteis que chegavam quase a
matar de tanto incômodo, "quase" por que ainda era modesta...Uns conseguiam viver assim por anos sem se importarem, pra ela
um martírio...
Não conseguia conviver com idéia de que era uma simples figurante e que precisava fazer parte daquele cenário...Tudo tão
mecânico, sorrir sem querer e mentir que estava com febre pra ir embora ...Não! Se sintia inutil vivendo aquilo...Era como ver tudo
que você gosta sendo tratado de qualquer jeito, jogado no chão, na água...Gavetas quebradas, sem espaço, sem brilho, sem lugar para si...
Até a voz dava medo ouvir, não medo, certo receio que um dia, hora dessas descubrisse que você estava fazendo coisa errada,
mesmo sem essa coisa ser errada...Parecia pesadelo...Viagem sem volta que só crescia, crescia em sua volta e ia te deixando
maior de grande medo e explodia porque descobriam e você não queria mais, não queria mais ser cobrado, não queria mais
pesadelo que te deixava pesado ... pesado!
E por não querer, elas rolavam, brincavam, elas, as lágrimas sorriam em teu rosto porque tava tudo embaraçado, e não enxergava o
que e onde escrevia, tava tudo errado...Foi caro e se foi...Casou mas não amou...Nasceu e não viveu e porque tinha que ser assim?
Perguntava...
Não queria, não queria sentir dó e pedia pra que não sentisse, mas não tinha por onde, era grande ...Em tudo , exageros
medonhos...Pesadelo voltava e enolvia, não queria ...Sufocava, elas brincavam, mas não queria...
Pra quem pediria socorro se dizem que a resposta esta dentro , dentro da onde, se estava vazia, cheia de peso, pesadelo e a dó
que não queria ser sentida...
Parava...Olhava horas para o papelzinho, tão pequeno e tão caregado de palavras de letras que se misturavam e ja não sabia mais
ler...Pensava várias vezes andava esbarrando nelas que não paravam de sorrir: "Não quero mais!" ... "Não quero mais!" ..."Não
quero mais!" ...Unhas vermelhas quase descascando e pensava em voltar ao trabalho, o que dava grande vontade de ir pra lugar
nenhum conhecer ninguém e despejar em nada tudo que sentia...E saber de verdade o que se passava no interior daquela que
via levar uma vida que aos seus olhos era miseravel...será que sofre? Ou...Será que sabe que sofre? Ah como queria saber ou poder
ajudar...Mas não queria sentir as penas que tem os passaros que voam e que não tinham nada a ver com isso...
Queria de novo sumir, mas não deixá-las aqui, porque aqui seriam consumidas pelos vermes enganadores ...Jamais...Queria levá-
las, eram tão grandes, mas pensando assim, tão pequenas que cabiam em seu colo...
E porque eram assim? A questão que corroia pouco a pouco...Não tinha nem o direito de pensar em sumir daqui...Sem elas?
Como? Me diz, quero saber...o pesadelo voltava...
Ana,
Mais do Que Nunca!
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