REDOMA

Estive nessa ultima semana numa redoma de vidro, a qual foi apedrejada e atacada inconscientemente pelos sentimentos alheios...

Quando minha redoma foi destruída doeu, é difícil enxergar a paisagem quando estamos muito perto, difícil também ENTENDER que as pessoas NÃO têm o mesmo sentimento que você, digo em questão de valores, respeito e até mesmo de consideração.

Vem a estranheza do ser, as atitudes irremediáveis...


Não houve um tempo hábil para se filtrar tamanha quantidade de água, o corpo padeceu...

Doso-me, curo-me, procuro adequar-me à situação.

Regro-me a não sair de casa quando caio em minhas confusões, quando nem eu me suporto...

Lembrarei a cada junho que chegar que não suportei o próximo agosto...

Concluo, algumas delas mudam com o tempo... Algumas mudam todos os dias, todo-santo-dia!

Posiciono-me, sei o que quero e de que lado estou...

Detesto a arte de ser vítima, tenho pra mim que sou responsável por tudo que me acontece, assim como outras pessoas são por elas...

Insuportável também, quando tentam poupar-me, esconder-me a verdade, achando que será melhor...

Detesto a pena, a do ser humano, pensamentos mesquinhos em relação aos outros...

O valor mais importante que adquiri nos últimos tempos, é que nos seres humanos, temos na vida apenas duas certezas o NÃO e a MORTE, sabendo disso, por qual motivo se apegar, achar que tudo e todos são pra sempre e imutáveis?

Perdemo-nos na nossa dor, mas quando a ferida vira cicatriz, antiga... Antiga, aí pensamos:
“corar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou a ser, pelo que "perdi de mim", pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo. Meu coração sangrou como uma dor que eu não conseguia comunicar a ninguém, ninguém..."

Não que esse comunicar não tenha sido tentado, foi, sem sucesso, não havia portas, caminhos, ou mesmo janelas pra que as idéias extravasassem...

Não havia espaço para ser colocado.

Assim percebemos que é no nosso inferno que crescemos, percebemos coisas que nos tempos de paz nem imaginamos...

Mas torno importante a escolha de eliminar as "coisas mornas", "mais ou menos", "você que sabe", "talvez", "qualquer coisa", "qualquer dia". "vamos combinar"...

Nesse momento, qualquer palavra ou gesto, meu ou de outrem, é suficiente para modificar todos os roteiros, que alguns chamam de "destino".

Isto soa completamente insano, mas é completamente sábio!
Nossa vida é sim composta por nossas escolhas, pelo que falamos e fazemos e devemos sim, não nos acostumar com o pouco, pequeno e rotineiro, mas fazer as melhores escolhas pra que isso mude.

Saber filtrar as águas de nossas vidas, as emoções, sentimentos em relação aos outros.

Ver o potencial no rosto de cada um e em si mesmo é importante para o crescimento de ambos.

Perdoar e aceitar as diferenças e despedidas, mesmo que estas muitas vezes sejam simbólicas.

É preciso que haja um ritual, dizia a sábia raposa ao Pequeno Príncipe, e é pura e exatamente isso, precisamos de rituais, seja ele de encontro, de convivência ou de despedidas.

Passamos a não nos proteger mais das pancadas, aliás, passamos a não mais nos esconder, ou tentar proteção dentro de redoma de vidro...

Encaminhamos-nos pra guerra, assim como David, apenas com uma pedrinha e sua funda, dito nos tempos atuais “estilingue”, que representam "sabedoria, conhecimento" a nossa arma mais poderosa.

Corremos novamente pelos pastos verdejantes e elevamos os nossos olhos para o monte.


An4 Mais do Que Nunca.

Comentários

Anônimo disse…
E a redoma de vidro se quebrou,
Trazendo à tona os seus sentimentos...
E os cacos não à machucaram mais,
Só fizeram o certo aparecer, e o medo se partir..
E hoje aqui esta ela, mais NOVA e mais bela
Com mais esperanças e forças,
E sem esperar na janela...

*Bia*

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