CAROLINA
À Menina Carolina CapricorniAna.
Um cântico, uma reza.
Foi lá do fundo que avistei uma luz forte, intensa, a garota de cabelos negros olhos que guardava os segredos da Terra, por alguns instantes observei aquela caçadora de mistérios que com maestria descobria as intenções alheias cuidando para que seus secretos não fossem revelados.
Ah! Mas eu nas profundezas marítimas avistei a terra em que pisava e o realismo que impunha sobre ela...
A Carolina de imensa sutileza, mãos dadas com Saturno de onde veio sua limitação e disciplina, brilha como símbolo de riqueza as cores de suas asas fluorescentes...
- Você gosta da cor roxa?
- A cor Roxa? Gostei muito, muito mesmo em uma das minhas fases. É a cor da vida e da morte.
Nascemos e morremos aquele dia.
Estávamos próximas, eu analítica, ela pragmática e atemorizada por perder as rédeas, sentia vontade de gritar:
"Eu vou ser você por um dia e provocar em você todo o ódio e indiferença que ja senti.", mas apenas conseguiu balbuciar com voz fraca e rouca: "Eu realmente gostaria de estar anestesiada pra não sentir nenhum tipo de emoção, nenhum tipo de impacto."
Ouvi todos os seus murmúrios e te mostrei a dor que também me corroia por dentro, é de se esperar que todas essas emoções reprimidas, sonhos e fantasias se refugiem em algum lugar, principalmente você com todo realismo, a sabedoria terrena e a ênfase no mundano e no pratico.
Concordei com tua insatisfação, deixei qua aquilo brotasse de você, enxerguei um brilhinho fanático nos olhos que por natureza são sábios e prudentes.
Eu queria te dizer que todas aquelas atitudes tinham origens profundamente enraizadas na carência emocional que tanto reprimia e que tinha começado a corroer seu modo de pensar, tornando-a cega, quando pensava estar vendo claramente...
Eu fui te percebendo assim parte de mim, fragmento, peça de um quebra-cabeça, fui me vendo assim em você, pude sentir a tua dor, eu te deixei ser por inteira e viver aquela explosão emocional, a experiência não racional que a deixaram tão desconcertada e vulneravel...
É mulher que medita imensamente em sua introversão, sabe que nunca conseguirá ser sábia nos mistérios que tanto ama antes de ter aprendido a viver no mundo, por isso se sacrifica fazendo mil coisas aos que estão ao seu redor, mas não sabe receber por que seu orgulho é feroz e seu medo é terrível de parecer dependente ou fraca...
Ah Carolina! Se soubesse que esse seu momento foi exatamente quando foi transportada por sua fantasia messiânica!
É que sobre a sua superfície realista e pragmática se encontra toda espécie de fantasia, que não fala sobre elas, porque tem medo do caos e foge do próprio inconsciente e de suas desconhecidas profundezas...
Tão próximas assim que senti vontade de dizer a você para libertar-se da culpa de responsabilidades que não são suas, eu sei temos mesmo a mania de achar que as pessoas devem ter os mesmos valores ou as mesmas atitudes que nós, momento ilusório necessário...Isso só aumenta a desconfiança naqueles que realmente fazem o mundo parar de girar, pelo menos por um momento, dói.
Eu disse: Ai Carol, como você é engraçada!
Os fins justificam os meios. Exatamente isso foi dito sem palavras.
É, o mármore é frio, mas ainda assim não impede que as videiras doem muitos frutos, os rios corram docemente refletindo o céu é azul sem nuvens...
Uma semelhança foi aparecendo, Lua descobrindo Saturno, a compreensão, a sabedoria rica e profunda, baseada em experiências reais, e não em teorias e filosofias.
A Carolina nada visionaria, nem mística, mas realista, atraída pelo oculto. Foi buscar nos astros o centro.
Excêntrica.
Ela sensível à opiniões e valores do mundo.
Terra.
Imensa ambição ardendo por dentro, em suas mãos as rédeas, vontade de mudar as estruturas já existentes.
Eu, observo apenas.
E observei:
A garota de asas, sutil, de modos graciosos, sensível e perceptiva. Que tem suavidade tanto ao dançar quanto ao escalar uma montanha.
A menina que adora um elogio, principalmente se for pelo seu esforço, mas que esconde isso de baixo de sete chaves.
A adolescente com crise de mau humor, teimosa, persistente, tentando mostrar ao outro ou a si própria de que não estava brigando pelo nada e sim pelo seu ideal.
A mulher que possui uma qualidade de feminilidade que reune em si as fantasias de muitos homens...
A bandida que rouba cenas e atrai todos os olhares...
Ela que prefere usar mais a diplomacia do que o argumento agressivo, prefere sua voz calma, fria , baixa. Sempre bem vestida e bonita, nada que chame muita atenção, não haveria por que, sua beleza por si só cantam (aos ventos), encantam (os humanos) e desencantam (as mal-amadas)...
Carolina,
Feminina.
Envolve com tal delicadeza que chega a convencer de que é frágil e desprotegida e faz os homens se sentirem tão heróis que os bíceps começam a aumentar visivelmente, idiotinhas.
Vou contar um segredo: a Carolina nasceu com espinha dorsal de aço inoxidável!
Mulher sabia e autodisciplinada, com uma visão muito realista e um conhecimento arduamente aprendido das fraquezas humanas.
Não deixe jamais Carolina que tua beleza ofusque o brilho das tuas asas.
Carolina, realmente difícil de esquecer.
Ana Mais do Que Nunca!
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