ARROGÂNCIA

Sentei-me ao lado dela e nada mais avistei do que seus tristes olhos escuros e seu brilho apagado.

Uma espécime de tristeza, carência, algo que talvez tentasse demonstrar, mas não podia, ao tentar se afirmar não conseguia...

Falávamos sobre escritos, delitos, capacidades, atrocidades, velocidade, ordem, silogismo, antiguidades...

A compreensão não era clara, existia algo fora de curso de ordem, destoando o resto do conjunto.

Algo que não só incomodava a ela que possuía, mas a mim que também não consegui sentir a verdade, a essência e se cheguei a sentir mesmo um dia de longe, perdi ao me aproximar...

Nesse falar, aquela coisa escura assim como uma cortina ou uma madeixa de cabelos longos e negros caiam em sua face.

Mas essa coisa tinha um nome: arrogância!

Que havia capacidade intelectual era inegável, porém acompanhada de certa insegurança que era gerada por uma coleção de fracassos, pelo medo de perder o controle das situações...

Suas mãos pequenas faziam gestos de auto-afirmação e rebatia sem querer demonstrar o furor, todas as idéias que lhe eram lançadas...

Entendi o motivo pelo qual geralmente estava por cima das situações ou tinha a ultima palavra, não era respeito o que sentiam e sim medo, ou talvez dó ou cansaço de lutar por algo que nunca vai ser ganho!

Mas, em nenhum momento temi, conheço bem essas armaduras, a batalha que não foi perdida completamente, em sua cabeça um ponto de interrogação!

Dias depois o medo, a insegurança foi confirmada em seus olhos tristes e em seus lábios trêmulos.


Ana Mais do Que Nunca.

Comentários

Anônimo disse…
Há pessoas que se armam, se camuflam, criam personagens para si, tudo para esconder as fraquezas, as delicadezas, as coisas que os tornam mortais...

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