A QUEDA
A tarde era morna quando um tom alaranjado se apoderou do céu e no horizonte uma nuvem cinza subiu formando contrastes abstratos e traziam a notícia da queda de um reino.
Sua Majestade, magro, pálido, cachos compridos, olhos fundos, agora nem mais a coroa de espinhos lhe enfeitava a cabeça. Ele que adorava seu trono, seus súditos, sua vaidade que escorria entre os dedos... Agora experimentava o gosto do desgosto, o pavor, a queda, no topo perguntava-se: - Pra que escadas?
Quanta alma assassinada pra alimentar seu ego!
Fragilizado em seus últimos passos pelo castelo, lentamente pelos jardins de flores de pólvora, cinzas e letais... Debruçava-se nas muralhas, deslizava as mãos pelas paredes de cima a baixo e pela primeira vez sentia algo pequeno tomando grandes proporções, a aspereza... Observava pelas ameias e nada via se aproximar mais do que a queda.
Um grito silencioso de adeus transbordava pela sua alma...
Sua Alteza Real na torre do castelo pendurado apenas por uma corda que lhe envolvia o pescoço, esmorecido, abaixo muitas outras tentativas, a indiferença calada.
Cadáveres frágeis, Suas Altezas Infantes espalhados nos fossos, nos poços inundados, secos!
Ele de olhos assustados, quase não querendo se conformar que Suas Excelências entraram pela porta da traição... Todos enganados o levaram ao inferno, foi completamente possuído pelo fogo que possuía em suas mãos...
As grades que deslizavam pelas ombreiras dos portões foram destroçadas, deixando com que as pontes e portas levadiças ficassem livres à disposição de outros povos que marchavam lentamente como num pedido de paz, cobriram com lençóis brancos os corpos inconscientes...
O fogo lhe desenhava a silhueta que aos poucos era consumida pelo alaranjado que se misturava ao céu... Fogo: purificação e expiação, antes: redenção. Suas cinzas se juntavam às flores sem vida ao chão enquanto que a fumaça anunciava no horizonte a falência de um império.
Sua Majestade, magro, pálido, cachos compridos, olhos fundos, agora nem mais a coroa de espinhos lhe enfeitava a cabeça. Ele que adorava seu trono, seus súditos, sua vaidade que escorria entre os dedos... Agora experimentava o gosto do desgosto, o pavor, a queda, no topo perguntava-se: - Pra que escadas?
Quanta alma assassinada pra alimentar seu ego!
Fragilizado em seus últimos passos pelo castelo, lentamente pelos jardins de flores de pólvora, cinzas e letais... Debruçava-se nas muralhas, deslizava as mãos pelas paredes de cima a baixo e pela primeira vez sentia algo pequeno tomando grandes proporções, a aspereza... Observava pelas ameias e nada via se aproximar mais do que a queda.
Um grito silencioso de adeus transbordava pela sua alma...
Sua Alteza Real na torre do castelo pendurado apenas por uma corda que lhe envolvia o pescoço, esmorecido, abaixo muitas outras tentativas, a indiferença calada.
Cadáveres frágeis, Suas Altezas Infantes espalhados nos fossos, nos poços inundados, secos!
Ele de olhos assustados, quase não querendo se conformar que Suas Excelências entraram pela porta da traição... Todos enganados o levaram ao inferno, foi completamente possuído pelo fogo que possuía em suas mãos...
As grades que deslizavam pelas ombreiras dos portões foram destroçadas, deixando com que as pontes e portas levadiças ficassem livres à disposição de outros povos que marchavam lentamente como num pedido de paz, cobriram com lençóis brancos os corpos inconscientes...
O fogo lhe desenhava a silhueta que aos poucos era consumida pelo alaranjado que se misturava ao céu... Fogo: purificação e expiação, antes: redenção. Suas cinzas se juntavam às flores sem vida ao chão enquanto que a fumaça anunciava no horizonte a falência de um império.
Ana Mais do Que Nunca.
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