Me Preciso

Estou procurando por mim sem encontrar, sem encontros.
Preciso saber onde me escondi quando tentei guardar as minhas memórias.
Não posso me apagar de mim, me preciso mais do que nunca.
Das palavras, dos gestos, abraços e olhares lançados contra o espelho.
A boca vermelha e a conformidade dos lugares...
Me falta a palavra e mais do que isto, o chão, pareço ter estocado as oceanias dentro do meu peito.
Eu só preciso respirar pra me encontrar, outrora dificilmente fora conseguido, o excesso de lápis nos olhos que provocava alucinações alheias...
A coisa se torna intocável e maior do que eu pudera ser...
Onde estou? O que estou me tornando? Me preciso...
Me torno reticente fora de hora, o silêncio me cala.
Como conciliar quem fui e quem sou, ao que estou destinada?
Perdi as referências pelos caminhos esburacados, pelas curvas que a vida fez, sem ré nem freios.
Eu só preciso de forças pra me levantar desse meio de coisas jogadas, livros pela metade e cd's quebrados.
Eu nunca gostei de tratar a vida como um jogo, mas agora eu preciso me decifrar, não me reconheço, estou inquieta e o sono não me vêm há tempos.
As imagens me perturbam e tiram o do eixo a minha fragilizada e enfeitiçada existência.
Quero de volta os princípios que outrora cultivei.
O real agora se distingue do ideal que vai se perdendo no íntimo, enquanto o desalento de fatos acontecidos assumem o controle.
Não há forças para sorrir e nem para chorar, apenas me preciso.

Ana Mais do Que Nunca.

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