UM DIA DE TODOS NÓS
Para K.Mafra e convidados
O dia de todos nós foi incomum.
Foi bonito, claro! Mas dessa vez,
todo enfeitado com gotas de chuva.
Este dia foi por demais agradavel,
e as nossas verdades se externavam.
O contato era suave e entre amigos
eram distribuídos sorrisos e fotografias.
Enquanto havia espaço,
dava-se pra ver a cor do chão
e as paredes que eram preenchidas com grafites.
A música envolvia um a um,
e até o mais tímido abriu um botão da camisa
e movimentava-se de um lado pra outro, acompanhando o ritmo.
Mas algo incrível aconteceu inesperadamente,
quando tudo ficou turvo,
numa mistura explosiva de ritmos e cores.
-Garçon, o que tem nesta bebida?
-To sem.
-Cosseno? Não tem com tangente?
Risos embalavam a resposta de alguém pouco distante:
-Apenas Delta.
Mas não existia coisa melhor que cócegas na alma,
fora a coincidencia do run, club soda, limão, hortelã e gelo estarem no mesmo local.
Os cabelos que dançavam freneticamente o mesmo ritmo que os corpos na pista,
mas com muito mais leveza.
Em giros de sóis pelo pouco espaço que restava.
E nós, sem a preocupação de perder o trem das 11h
ou de tomar um banho de chuva,
querendo lá mesmo que deixassem-nos, que deixassem-nos, que deixassem-nos dizer
o que pensavamos dessa vida;
precisávamos desabafar porque tinhamos que viver e valer,
valer viver pra valer, como aquele dia de março eletrocônico,
rockfélico, sambásico e reggaélico que foi plenamente satisfatório.
Foi a bossa mais nova das nossas vidas,
que ia acontecendo com a aquarela
de hits e essencias dissolvidas em nossa transpiração,
assim, coloríamos o espaço que nos era destinado.
Com as tintas esparramadas,
assim como flores dispostas na primavera,
Era tudo nosso naquele piscar de luzes no teto,
que mais pareciam estrelas multicoloridas!
Era, foi e é um dia de todos nós.
Ana Mais do Que Nunca
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