Deixa-Me

Deixa-me ser, deixa-me esquecer, deixa-me livrar dessas esperanças que foram desfeitas por tuas palavras...

Tuas palavras que couberam no vazio que existia aquela noite, as tuas palavras que eu bem sabia, as tuas palavras que saíram das teclas dos teus dedos de tua mente, e mente e afirma pra si próprio o tempo todo que não consegue, que não sente, que talvez eu não seja tão especial a ponto de te tocar como tens me tocado ultimamente...

Porque antes queria um encontro, agora apenas quero que deixe -me livrar de tudo que foi desfeito, de tudo que me embaraça cada dia que passa, com teu depoimento cortante, que não atingiu tão profundamente como aquela tarde de segunda externamente ensolarada, nublada na face e interiormente tempestuosa...Feriu!

Agora deixa -me! Pois que tuas mensagens, ligações, voz e esse querer que esteja próxima para que tu não se sintas só! Sabe? Não é um só igual aos outros, não é um só de amigo, é um só de querer alguém por perto que o ame de forma especial...

Sei! Como sempre tu deve estar achando que estou complicando, só pra dizer que estamos como aquele novelo de lã que o gato brinca..

Mas sinto e pode rir, porque “é mais forte que eu” e as cartas que te escrevi...Não, não me arrependo de uma só palavra, pois tudo é verdadeiro, menos a recíproca como outrora dizia...

Agora deixe -me só de teu pensamentos, só de tua voz, só de tuas mensagens, depoimentos, os meus que tu aceitou, tens importância aquelas coisas todas pra ti? Todas? É tudo!

Essa semana me senti tão forte, não pensei em ti como se deve pensar alguém que quer um encontro, não! Não lembrei de ti como nas outras semanas, não li teus recados, não o procurei, pensei: ”Grande avanço! Que bom!” Mas agora? Diante das tuas palavras, meu Deus! Como me sinto vulnerável ainda, como isso pode me atingir tanto, mas não quer ficar falando pra não parecer que estou valorizando de mais, ou como me disse um dia, fazendo tempestade em copo d’água, e daí? Fiz mesmo! Mas havia um motivo que agora entendo! Tava querendo fugir como você tenta a todo tempo...

Acho que saber que as únicas certezas que temos na vida, não é dramatizar, mas é verdade o que temos o tempo inteiro, todas as certezas se resumem em Não e Morte!

Hoje ouço sussurros me dizendo não, ou afirmando a si próprio a negação disso, isso que acreditei ser sentimento.

Não! Não quero enfatizar demais, pois sei que se tentarmos uma aproximação, nunca conseguiremos, mesmo o nunca sendo vago, aqui ele existe...

Estar distante faz doer, mas tentar aproximação sem aproximação dói mais...

Estar aqui te escrevendo dói, mas ler tuas palavras dói mais ainda...

Dói saber que as satisfações serão apenas por mensagens trocadas vez ou outra, o contato virtual...E não olhos nos olhos, o que te dava tanto medo, e que me dava tanta segurança...

Então deixa -me, porque cada vez que acredito que estamos nos aproximando, nos distraímos mais ainda...E vai acontecendo a morte das expectativas, das esperas, das permissões...A morte da convicção...

E sabe que minha presença no momento só te acrescentará a certeza de que realmente temos muitas diferenças, fique com as lembranças, mas não chore por elas.

Olha pro céu e peça por mim, estarei fazendo o mesmo por ti...

Mas aquele céu azul, roxo, aquarela daquela tarde de sábado antípoda não teremos mais...

Teremos outros, isso é tão mais importante que saber o próprio nome ou saber quem somos.

“E SE ME AMAR TE CAUSAR A DOR, COM O MESMO AMOR ME CURE MEU AMIGO”.

Deixa-me esquecer, deixa-me ir, deixa-me... Deixa-me ser.


An4 + do Q Nunca!

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